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Expedições Pedagógicas

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By on jun 3, 2019 in Projetos pedagógicos | 0 comments

Estudantes visitam cidades que foram palco de eventos históricos

Às margens do Rio São Francisco, com as solas dos tênis levemente molhadas, eles puderam apreciar o horizonte e compreender um pouco a grandeza do Velho Chico. Olhando nos olhos dos ribeirinhos e escutando seus relatos com atenção, conseguiram entender o que pensam e sentem os primeiros afetados pelas mudanças ambientais. Vivenciar a história e a cultura do Brasil é um dos objetivos do projeto Expedições Pedagógicas, iniciativa do Contato Maceió que leva estudantes para importantes cidades da região Nordeste.

A ideia é que eles absorvam de forma mais intensa o conhecimento transmitido em sala de aula. Antes de cada expedição, os alunos já estudaram bastante sobre o que irão ver durante a viagem. E a proposta pedagógica abrange todos os detalhes do percurso, desde o caminho na estrada, quando o professor apresenta diferentes vegetações, como a caatinga, até a chegada aos destinos finais.

“Nossa expedições são momentos de sair da teoria e ver na prática”, resume Mauricéa Nascimento, coordenadora dos projetos pedagógicos do Ensino Fundamental. Segundo a educadora, conseguir chamar a atenção dos alunos adolescentes requer muita habilidade. “A função do mediador — o professor — é despertar o prazer pelo conhecimento dentro deles”.

CIRCUITOS

As maiores expedições levam os alunos dos 7ºs anos para as cidades de Recife e Olinda, em Pernambuco, enquanto os alunos do 8ºs anos fazem o circuito Delmiro Gouveia, Piranhas e Paulo Afonso, percorrendo os Estados de Alagoas e Bahia.

Em território alagoano, o principal contexto é a revolução industrial. “Começamos em Delmiro, onde visitamos o museu, e depois seguimos para a usina hidrelétrica de Paulo Afonso. Explico quem foi Delmiro Gouveia, seu viés empreendedor, os impactos ambientais e a importância da construção da usina para os estados fronteiriços. Depois fazemos uma visita à reserva ecológica local e, claro, à noite também preparamos um momento de lazer e festa”, contou o professor de História, Rafael Teixeira, que dá as aulas ao ar livre.

Este circuito segue para a cidade de Piranhas para apresentar o cangaço, o rio São Francisco, a usina de Xingó e contar sobre a visita de Dom Pedro II à cidade. “Conhecemos o museu do cangaço, falamos sobre a arquitetura da cidade, mostramos onde foram expostas as cabeças dos cangaceiros mortos pela polícia alagoana, a beleza e o poder do rio e sua relevância para história do Brasil devido à integração nacional, transposição e seus impactos ambientais”, acrescentou Rafael.

A aluna do 9º ano, Hellen Gabriela Lima, já participou de três expedições e conta que as experiências têm sido marcantes. “Mesmo indo para estudar, acabamos nos divertindo muito e fazendo novas amizades. É bem diferente de uma aula dentro da sala. Às vezes lemos algo e temos dúvidas se aquilo é real, mas estando lá nós conseguimos entender melhor a gravidade dos acontecimentos. Fica marcado na nossa memória.”

Hellen conta que se emocionou ao conversar com um morador de Piranhas. “Estávamos falando sobre a história de Lampião e um senhor começou a contar com muita clareza, o que lembrava da época. Foi comovente. Também pudemos conversar pessoalmente com os ribeirinhos do rio São Francisco, que vivem da pesca e da agricultura, entendemos melhor a realidade deles devido ao fato de o rio estar secando. Vimos que não é especulação, está secando mesmo”.

Já na expedição rumo à capital pernambucana, o contexto são as invasões holandesas e os feitos de Maurício de Nassau. “Visitamos o Instituto Ricardo Brennand, um museu fantástico que conta a história da chegada dos holandeses ao Brasil por meio de objetos e registros transpostos nas telas. Nossos alunos são muito inteligentes e aproveitam todos os recursos que temos disponíveis para aprender”, elogiou Mauricéa.

Giulia Lessa, aluna do 8º ano, adorou a experiência. “Achei muito legal, me diverti bastante e fiz novas amizades! Conseguimos estar em muitos locais históricos das invasões no país e vimos obras, cartas e objetos usados pelos holandeses na época. Chamaram minha atenção as casas antigas, que ainda hoje são muito bem preservadas, principalmente em Olinda”, salientou.

MULTIDISCIPLINAR

A escolha dos lugares a serem visitados é feita com base especialmente no conteúdo didático das disciplinas de história e geografia. Também fazem parte do projeto as matérias de artes, música e teatro.

Dentro da disciplina de música, por exemplo, é feito um levantamento dos ritmos típicos dos lugares visitados, assim os alunos podem escutar e aprendem sobre eles. O frevo do carnaval de Olinda, assim como o xaxado do cangaço entraram na programação.

“Trabalhando com a parte histórica e lúdica, os alunos se apropriam da cultura e demonstram felicidade pelo que conquistaram. Nós ficamos impressionados com essa troca! No futuro, o conhecimento que eles adquirem será fundamental para ligar os fatos do passado e do presente”, concluiu Mauricéa.

Texto da equipe Em Contexto Comunicação publicado na Revista Contato! Edição 2019.

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O aluno como protagonista

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By on mai 7, 2019 in Geral, Projetos pedagógicos | 0 comments

Metodologias ativas estão transformando a maneira de ensinar e aprender

A antiga sala de aula era assim: o professor falava e o aluno escutava. Conhecemos bem esse método de ensino tradicional centrado no professor, no qual o estudante aprende apenas ouvindo, prestando atenção ao que é dito. No entanto, à medida que a sociedade se transforma, as práticas pedagógicas também precisam se atualizar. É neste contexto de modernização do ensino que surgem as metodologias ativas.

Se antes o aluno apenas ouvia e anotava, com os novos métodos ele é encorajado a pensar, sendo protagonista e executor do próprio conhecimento. O estudante é envolvido no processo de aprendizagem, sendo levado a discutir, escrever, ler e resolver problemas, além de ensinar os colegas de turma. São atividades que provocam o pensamento. No Colégio Contato Maceió, os professores foram incentivados a atualizar as aulas utilizando algumas destas metodologias, aprimorando, dessa forma, suas estratégias de ensino.

“Queremos que o aluno reflita sobre o que está fazendo. Nosso objetivo é motiválos para que aprendam de forma autônoma e participativa, a solucionar problemas e situações reais do cotidiano, protagonizando o processo de ensino e aprendizagem, participando de forma ativa de pesquisas na construção do saber”, acrescentou a professora Marluce Barros.

O conceito das metodologias ativas não exclui a maneira tradicional expositiva de dar aulas. Esses momentos continuam acontecendo, mas agora existe uma mescla, pois elas não são as únicas estratégias utilizadas para ensinar. Neste ano, devido a Base Nacional Comum Curricular, o colégio começou a implantar essas metodologias com maior ênfase, principalmente no laboratório experimental de ciências físicas e biológica, na sala de aula, nas áreas de humanas e exatas.

Um exemplo de metodologia ativa utilizada com frequência pela professora de português Lílian Chaves é a aula invertida. Nessa metodologia, os alunos têm que estudar o assunto antes de entrar na sala de aula para debatê-lo. “Se na próxima semana vou começar a ensinar a colocação pronominal em próclise, eu sugiro vídeos para os alunos assistirem sobre o tema e fazerem um mapa mental (uma espécie de diagrama, uma representação visual de um tema), usando o próprio livro didático. Então, quando eles chegam em sala de aula, já têm um conhecimento prévio do assunto, o que tem ajudado muito, principalmente àqueles que não conseguem captar de forma rápida o conteúdo ensinado pelo professor. Eu percebo que os alunos conseguem entender melhor quando fazem o estudo antecipado em casa”, destacou.

AUTONOMIA

Os alunos do 1º ano, Arthur Sean e Rhayna Casado, precisaram soltar a criatividade para vencer um desafio das aulas desenvolvidas com as novas práticas pedagógicas. No projeto sobre geração de energia, que uniu conteúdos das disciplinas de física, química, robótica e matemática, suas equipes conseguiram criar uma bateria capaz de carregar um celular.

“Foi algo que ninguém tinha experimentado antes, então foi muito gratificante participar! Nós buscamos métodos diferentes dos que as outras equipes estavam planejando fazer para tentar inovar e nos diferenciar. Decidimos fazer o projeto usando energia eólica, mas encontrar materiais foi um problema. Usamos um motor de videocassete e uma hélice de impressora para fazer nosso projeto funcionar. Tentamos vários materiais antes disso, mas no final conseguimos criar nossa bateria”, comemorou a estudante.

Arthur também encontrou em objetos comuns os recursos que lhe permitiram criar. “Achei muito interessante poder aplicar os conhecimentos adquiridos nas aulas e também desenvolver a imaginação. Queríamos transformar energia mecânica em elétrica para construir o carregador e, para isso, utilizamos instrumentos, como molinete de pesca e motor de impressora”, explicou.

“Estudar totalmente sozinho pode gerar desconforto, dúvidas, insegurança. Mas os professores estavam sempre apoiando nesse processo. Geralmente, no laboratório, somos mais espectadores do que o professor está fazendo, apenas dando um auxílio. Dessa vez tivemos que correr atrás e a interação no grupo foi ótima, assim como o apoio do colégio, pois precisamos nos encontrar várias vezes no laboratório para fazer testes. Foi uma luta conjunta mesmo, não foi aquele trabalho que alguém fez e o restante só olhou. É bom saber que a gente tem essa capacidade de fazer algo que parecia muito fora da nossa realidade”, destacou Rhayna.

AULA HÍBRIDA

Nas turmas dos 8ºs anos, as professoras de ciências biológicas e língua portuguesa aproveitaram a abertura oferecida pelo colégio para propor uma aula que uniu conteúdos de ambas as disciplinas, utilizando duas metodologias ativas: a aula híbrida e a aula em circuito.

“Percebemos uma questão atual: muitas pessoas estavam acreditando em fake news sobre as vacinas e, por isso, estavam deixando de se vacinar e de vacinar os próprios filhos. Tinham medo de doenças que surgiriam por causa delas. A partir das aulas de ciências e do conteúdo do livro didático, a professora de biologia conversou comigo para abordarmos o tema de uma forma diferente”, contou Lílian.

Juntas, criaram uma aula dinâmica, na qual os alunos participaram ativamente. Nas aulas de português, foram abordadas as tipologias textuais, enquanto nas aulas de ciências trabalhava-se o tema “vacinas”. Os alunos foram levados para a biblioteca e separados em grupos e estações; cada uma tinha tipologias de textos diferentes, gráficos, narrativas, discussões, vídeos, textos jornalísticos. “Eles participaram das estações em rodízio, ora lendo textos em gráficos, ora outro tipo de texto em outra estação. Todos abordavam o tema das vacinas. Ao final de cada estação, eles tinham que preencher uma espécie de resumo, utilizando o método Cornell, no qual eles fazem um resumo do texto e comentam algumas questões que surgiram a partir da leitura. Depois, essas questões foram discutidas nas aulas de ciências”, explicou Lílian.

Nessa metodologia, alunos muito tímidos, que não conseguiam falar na sala de aula, desprenderam-se porque estavam em grupos menores de oito, seis alunos, todos companheiros de sala de aula. A abertura para se expor, se expressar e falar com o professor se torna mais fácil.

Em todas as turmas, essa foi a frase mais ouvida pelas professoras: “deveríamos fazer isso sempre!”. Segundo Carollinny Vilas Boas, professora de ciências, encontrar as atividades adequadas para cada turma é desafiante, mas é possível observar nitidamente que os alunos ficam mais seguros após a aula. “Percebemos que quando eles saem do tradicional, ficam mais interessados e empolgados, a aula rende e o assunto é passado de maneira lúdica”.

CAIXINHA CHEIA

Para Lílian, é fundamental que tenhamos a ideia de que o aluno não é uma caixinha vazia na qual o professor vai depositar todo o conteúdo. “Eles têm autonomia para encontrar esse conteúdo em vários lugares, então nós precisamos aproveitá-la para fazê-lo render melhor dentro de sala. Ele pode estudar com aulas no YouTube, com os livros e chegar à aula dominando bem o assunto”, pontuou.

A cada dia a educação vem se desprendendo das metodologias tradicionais, deixando que a tecnologia e a internet façam parte do processo de aprendizagem. É algo que já está acontecendo. Rhayna acrescenta: “as experiências são divertidas e aprendemos bastante. Além disso, nos ajudam a escolher nossa futura profissão. Nos projetos práticos podemos ter uma noção melhor do que gostamos de fazer”, concluiu.

Texto da equipe Em Contexto Comunicação publicado na Revista Contato! Edição 2019.

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Medicina por vocação

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By on abr 23, 2019 in Enem, Geral, Vestibular | 0 comments

Ex-aluno do Contato, o médico Igor Padilha atua em hospitais renomados do país

A voz calma e firme do médico Igor Gomes Padilha já indica um sintoma claro da sua condição: a maturidade. Com apenas 28 anos, o ex-aluno do Contato trilha uma jornada acadêmica e profissional de sucesso, atuando como neurorradiologista em alguns dos hospitais e laboratórios mais importantes do país, a exemplo do Hospital Samaritano e Hospital Alemão Oswaldo Cruz, ambos em São Paulo.

“Acredito que a determinação e a resiliência fazem parte do perfil de quem escolhe a medicina”, afirma Igor. Sua trajetória ratifica essa premissa, pois inclui passagens pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na qual foi aprovado no concorrido curso de medicina, Universidade de Sorbonne, em Paris, na qual fez parte do internato, Santa Casa de São Paulo e Universidade de Montreal, no Canadá. Nestas duas últimas, fez a residência médica em radiologia e diagnóstico por imagem, sendo ainda fellow em um programa de subespecialização de neurorradiologia, no qual acompanhou de perto o trabalho de experientes profissionais.

A área é uma subespecialidade da radiologia médica, identifica e avalia anormalidades no sistema nervoso, cabeça e pescoço. “É um campo bem tecnológico e, por isso, chamou minha atenção desde o início da faculdade”, contou Igor, que atualmente é responsável pelo acompanhamento de pacientes com doenças neurológicas degenerativas e vasculares, incluindo AVCs e outras patologias cerebrais.

DECIDINDO A PROFISSÃO

A paixão pela tecnologia vem desde a época do colégio, quando ele participava das olimpíadas de matemática e física. “Eu gostava muito de exatas, então, num primeiro momento, pensei em fazer alguma engenharia. Porém, no último ano do Ensino Médio, conversei com meu irmão e outros colegas que faziam medicina e a área da saúde acabou parecendo mais interessante, pela diversidade de opções de especializações”, contou.

Igor explica que a possibilidade de trabalhar em uma área muito especializada e a troca com os pacientes também eram um grande estímulo. “Além disso, queria exercitar minha empatia e vi que a medicina era um campo oportuno. Acho que a primeira coisa que temos que fazer ao decidir a profissão é pensar no nosso sonho. Se o seu sonho é ajudar as pessoas, abdicar da sua vida em favor dos outros, continuar estudando, superando desafios, não se acomodar, pôr a vida do outro à frente da sua, a escolha pela medicina é clara. A profissão é isso: ter empatia, colocar-se no lugar do outro, pensar no paciente como se fosse um parente, lembrar que ele é amado na família, que tem uma presença marcante”.

Quando estava decidindo qual curso escolher, Igor costumava ler biografias de médicos e se inspirou na trajetória deles. “Temos que buscar inspiração nas pessoas boas que passam pela nossa vida. Eu guardo sempre a imagem de alguns professores que tinham traços muito positivos, traços que eu trouxe para a minha vida e profissão. Trago muito dos meus pais, que são exemplos para mim, meus irmãos, que são sempre um suporte. Meu irmão também é médico e me antevia coisas que podiam acontecer. Todas são formas de inspirar”, afirmou.

LONGE DO MAR

Natural de Maceió, Igor morava com os pais na capital e teve a primeira oportunidade de morar fora durante a faculdade. Antes disso, a dedicação aos estudos só permitia viagens pontuais. “O engraçado é que eu viajava por causa das olimpíadas de física e de biologia pelo Brasil, era muito legal para conhecer outras culturas e vivenciar as diferenças. Durante a faculdade, a gente também acaba viajando para congressos. Mas minha primeira vez morando fora aconteceu no internato em Paris. Foi excelente. Além de ser uma experiência rica em termos profissionais, pois trabalhei em centros de excelência, lá eu tinha um tratamento de igual para igual, recebia os mesmos desafios e metas que os franceses”, contou.

Há alguns anos morando em São Paulo, o médico passou a valorizar o que, no passado, não recebia tanta atenção. “É uma cidade onde o anonimato predomina, mas aos poucos você aproveita os benefícios dela. Sinto falta da família, do aconchego do lar, daquele suporte mais perto, mas agora sempre posso dar um pulinho de volta e as vindas acabam trazendo um frescor. Passei a valorizar as pequenas coisas. É saudável, gosto dessa oportunidade de viver longe”, disse.

CIENTISTA

A rotina intensa de trabalho em laboratórios e hospitais na capital paulista não tem sido um empecilho para deixar de pesquisar e produzir no meio acadêmico. Igor já ultrapassa cinquenta artigos científicos publicados em congressos regionais, nacionais e internacionais, alguns em revistas de relevante impacto científico. “O local de trabalho é um grande estímulo, pois meus colegas têm uma importante bagagem acadêmica. Eles são um incentivo para que eu continue investindo em conhecimento, me atualizando, publicando e buscando aperfeiçoamento contínuo na carreira”, destacou.

DICAS

Para os alunos que estão pensando em fazer medicina, Igor dá alguns conselhos. “Acho que a disciplina é o ponto fundamental. Não existe isso de que só gênios passam em cursos concorridos, na verdade essas são as exceções. O que, na verdade, ocorre é que as pessoas que conseguem chegar lá têm, de um lado, determinação, disciplina, resiliência e, do outro, um suporte emocional, aquelas companhias queridas que sempre estão incentivando, além de estar em uma escola que estimule intelectualmente, com professores motivados e atualizados, atentos às nuances e desenhos das provas, bem como às questões do vestibular. Valorize seu potencial e acredite em si. Essa é a maior chave para a conquista do que você deseja, seja qual for o curso”, conclui com o mesmo tom tranquilo e seguro.

Texto da equipe Em Contexto Comunicação publicado na Revista Contato! Edição 2019.

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Educando as emoções

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By on mar 20, 2019 in Geral, Projetos pedagógicos | 0 comments

Dinâmicas ensinam a desenvolver inteligência emocional

“Qualquer um pode ficar irritado. Mas irritar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa — não é fácil”. A constatação feita por Aristóteles no livro “Ética a Nicômaco” ilustra bem um desafio de muitos jovens ao lidar com as emoções. Realmente não é nada fácil lidar com a raiva, o medo, a inveja, a culpa, a frustração, embora sejam sentimentos comuns a todos os seres humanos. Mas como lidar com tudo isso de uma forma inteligente?

Assim como a linguagem e a matemática, habilidades socioemocionais são fundamentais para se ter uma vida feliz, serena e harmônica em sociedade. O conceito que ensina essas competências se chama inteligência emocional e, no Colégio Contato Maceió, os alunos têm a oportunidade de aprender a como se tornar uma pessoa melhor por meio de diversos projetos.

Marcos nacionais e internacionais de educação e direitos humanos destacam que o direito à educação está atrelado não apenas ao acesso à escola, mas à formação em todas as dimensões do ser humano. Estimular e desenvolver habilidades socioemocionais não significa contradizer a importância dos conteúdos curriculares tradicionais, na realidade auxilia na própria aprendizagem do aluno. Tamanha é sua relevância que o tema está presente em seis das dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular, documento que define conteúdos que os alunos têm o direito de aprender nas escolas.

Um dos projetos com esse intuito é o LIV – Laboratório Inteligência de Vida. Nele não existem tubos de ensaio, nem microscópios supermodernos. O que se faz nesse laboratório é experimentar sentimentos e relacionamentos por meio de várias dinâmicas lúdicas. São realizadas atividades coletivas que envolvem comunicação, colaboração e curiosidade. Professora de filosofia e responsável pela iniciativa no colégio, Célia Pereira completa: “No LIV nós desenvolvemos o senso crítico dos alunos, ensinando que não há sentimentos bons ou ruins, todos são permitidos e podemos lidar com eles da melhor maneira possível. Ensinamos que, com a ajuda dos outros, é possível ir mais longe e errar faz parte do processo”.

Alguns dos temas abordados são cidadania, ética, respeito, bullying, solidariedade, amizade, tolerância, meio ambiente, pluralidade cultural, deveres e direitos, saúde física e mental, entre outros. A programação envolve séries, jogos, círculo da confiança e diálogos. “Requer dedicação e paciência, pois trata do desenvolvimento de hábitos. O LIV nos ensina a educar as emoções por meio deles. É um trabalho de formiguinha e seus resultados serão mais perceptíveis em longo prazo, porém em dois anos já observamos mudanças positivas no colégio: comportamentos, afetividade e solidariedade, entre outras habilidades”, complementou Célia.

Os projetos voltados para a educação socioemocional permitem que o aluno crie uma base emocional para o convívio social: família, escola, amigos, redes sociais e em todo ambiente social no qual está inserido. Como o objetivo primordial é uma educação socioemocional, o aluno passa a compreender suas emoções e as das demais pessoas, aprendendo a gerenciar conflitos no enfrentamento das dificuldades. Dessa forma, tornase mais seguro de si, dono de suas opiniões, reconhecendo deveres e direitos.

“É uma tarefa que requer sensibilidade e tempo para que os frutos possam amadurecer. A formação intelectual e emocional do aluno acontece por meio de três esferas dinâmicas: entendimento, reflexão e ação”, pontuou Célia.

RELAÇÕES SIGNIFICATIVAS

O conceito de inteligência emocional se popularizou no mundo com o livro homônimo do psicólogo Daniel Goleman. O autor destaca pesquisas acadêmicas que comprovam o impacto dessa competência para a formação pessoal e intelectual de jovens e adultos. Ele salienta que o individualismo exacerbado e a competitividade trazem consigo isolamento e a deterioração das relações sociais. “A lenta desintegração da vida em comunidade e a necessidade de autoafirmação acontecem paradoxalmente num momento em que as pressões econômico-sociais exigem maior cooperação e envolvimento entre as pessoas”, afirma.

No contexto infantil, esse cenário traz um desconforto emocional num período crucial para a formação do adulto. “Um dos principais benefícios da adoção do trabalho direcionado ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais se manifesta numa convivência escolar harmônica e pacífica entre os jovens, que agrega e fortalece uma formação por meio dos valores morais, intelectuais e estéticos. São práticas educacionais que se expandem muito além dos conteúdos cobrados em exames das disciplinas básicas. Os alunos aprendem a solucionar problemas dentro e fora das provas. São questões propostas que estimulam a análise do filtro da consciência e o discernimento para fazer escolhas”, comenta João Tomaz, diretor pedagógico do Ensino Fundamental.

Em resumo, inteligência emocional é a capacidade de reconhecer e avaliar as próprias emoções. Perceber os sentimentos dos outros e se capacitar para aprender a lidar com eles, além de usar essas informações para direcionar pensamentos e ações.

ENTRE NÓS

Outro projeto relacionado ao desenvolvimento socioemocional é o Entre Nós. Esta iniciativa acontece pelo menos uma vez por bimestre e proporciona momentos de conversa com os alunos sobre assuntos pelos quais eles se interessam. A vivência da adolescência é acompanhada pelos profissionais de psicologia, aumentando o vínculo dos alunos com a escola e criando oportunidades para que eles se expressem e façam reflexões.

“Inicialmente a demanda veio da escola para que nós trabalhássemos alguns temas mais inquietantes para os alunos, como mudanças no corpo, puberdade. Atualmente, a demanda parte dos próprios estudantes. No início do ano eu vou às salas e pergunto: sobre o que vocês querem conversar? O Entre nós é um momento realmente seguro, tudo o que os alunos falam fica entre nós, somente entre aqueles que estão presentes na sala”, explica Layla Borges, psicóloga do Ensino Fundamental.

Segundo o aluno Matheus Kalleb, do 7° ano, inicialmente havia certo desconforto durante as conversas, porém tudo passou a fluir. “Não gostava muito, mas com o tempo fui me acostumando e me soltando, passei a revelar meus sentimentos para outras pessoas. Acho os temas abordados muito interessantes para nossa evolução. O assunto que eu mais gostei foi o bullying. Para mim, deve ser bastante abordado, principalmente em colégios como o nosso, com tanta diversidade”, salientou.

ADOLESCER

Já no projeto Adolescer são desenvolvidas atividades pertinentes à adolescência, com dinâmicas para trabalhar habilidades socioemocionais. Nos encontros mensais, discutem-se temáticas sugeridas pelos alunos. Neste ano, foram abordados temas como ansiedade, depressão, sexualidade, violência, diversidade de identidade e demais conflitos que permeiam essas questões.

A repercussão tem sido bastante positiva. “Fizemos um levantamento no meio do ano para avaliar a iniciativa. Os alunos relataram que gostam bastante porque é um momento no qual eles podem expor opiniões, discutir e trabalhar entre eles percepções e preconceitos, além do respeito dentro das relações”, contou a psicóloga Samyra Rebêlo, responsável pelo projeto com alunos do Ensino Médio.

Mahitê Lopes, aluna do 1º ano, confirma a aceitação. “Sou um pouco tímida e não gosto muito de confrontos, por isso não me sinto confortável em discutir minhas opiniões e sentimentos com pessoas que não são tão próximas. O projeto proporciona momentos incríveis, acho sensacional. Até o momento o tema que eu mais gostei foi a depressão, para mim foi uma palestra muito boa e interativa, esclareceu todas as minhas dúvidas”, revelou.

De acordo com João Tomaz, o adolescente tem muita energia e precisa dedicar tempo para a construção do seu espaço, autonomia e identidade. “Leva tempo para achar seu lugar no mundo, nunca é fácil”. Citando o livro As Paixões da Alma, um tratado elaborado por René Descartes, conclui: “todas as nossas ações precedem pensamento e sentimento, por isso educar as emoções nos torna pessoas melhores, apaziguadas consigo mesmas e com os outros”. O impacto é significativo, não apenas para um crescimento equilibrado, mas, consequentemente, para o desempenho escolar.

Texto da equipe Em Contexto Comunicação publicado na Revista Contato! Edição 2019.

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Solta o som

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By on fev 15, 2019 in Geral, Projetos pedagógicos | 0 comments

Projetos musicais estimulam o desenvolvimento social, cognitivo e cultural

Ela tem o poder surpreendente de mudar o humor, despertar sensações, lembranças e levar para longe a imaginação. Pode fazer o corpo balançar e a mente borbulhar de ideias e reflexões. Traz calmaria ou agitação e também os dois juntos, bem combinados. A música tem esses e outros poderes, oferece oportunidades para vivências significativas e é uma linguagem que possibilita ao ser humano expressar-se, ajudando a desenvolver sua personalidade.

No âmbito escolar, a música é notadamente importante para a integração das crianças e adolescentes ao estimular o bom convívio social, a harmonia, o desenvolvimento da fala, respiração, autoestima e cognição. Atento a tantos benefícios, o Contato Maceió oferece aulas de música a partir do 6º ano, incrementando a experiência musical com projetos que contam com amplo envolvimento e participação dos alunos. Destacam-se, entre eles, o Contato Musical, o Intervalo Musical e o evento mais aguardado: a Noite de Autógrafos, um show no qual os estudantes se apresentam para um grande público.

O Contato Musical surgiu em 2013, e realiza, mensalmente, uma apresentação nos intervalos das aulas. Já o projeto Intervalo Musical começou em 2015, com o objetivo de incentivar e valorizar os talentos musicais dos estudantes da escola, divulgando o trabalho desenvolvido nas aulas, despertando novos artistas e também descontraindo o ambiente.

Com a diversidade de pessoas e estilos musicais, as canções apresentadas nos projetos têm repertório variado, incluem músicas brasileiras e internacionais. São os alunos que as sugerem e as definem com a ajuda dos professores. “O pop rock nacional e internacional predominam, além de sertanejo universitário”, entrega o professor Melquíades Souza, responsável pelo Contato Musical. “Melk”, como é chamado pelos alunos, revela que, às vezes, é surpreendido pelas vozes belíssimas e músicas inesperadas.

O conjunto de habilidades atreladas ao ensino da musicalidade, de fato, é expressivo. Como poderoso instrumento educacional, também desenvolve qualidades importantes, como concentração, coordenação motora, improvisação, sociabilização, audição, destreza do raciocínio, disciplina pessoal e equilíbrio emocional. A aluna do 2º ano, Débora Freitas, ratifica: “percebo que a música auxilia no meu desenvolvimento cognitivo e, por isso, tenho facilidade em atividades que envolvem memorização e coordenação”.

INTEGRAÇÃO

Apaixonada por música, Débora canta e toca acordeão, preferindo canções que remetem às suas raízes sertanejas, como o forró. Nova na escola, foi por meio das aulas e projetos musicais que conseguiu se enturmar.

“O Contato Musical foi o pontapé inicial para enfrentar o público. Mesmo sendo um público pequeno dentro do colégio, tinha certa insegurança que, aos poucos, fui perdendo e, hoje, não sei nem onde está”, divertiu-se. “Ademais, o projeto tem sido uma forma de integração social desde a minha chegada na escola. É incrível! A música faz com que as relações sejam mais próximas. Acho a forma com a qual o professor e meus colegas interagem impressionante. Além de amizade, há muita troca de conhecimento”, elogiou.

O caráter social dos projetos também é um fator altamente positivo para o aluno Pedro Henrique Sampaio, do 8º ano. Ele participa das atividades musicais do colégio desde o 6º, quando aprendeu a tocar violão. “A música é um gerador de sentimentos, na minha concepção. Além da apreciação artística, incentiva a união. Pessoas que mal se falavam, que aparentemente não tinham nada em comum, de repente se unem devido ao estilo musical e conseguem conversar, criar um vínculo. Muitas vezes, quando levo meu violão para o Contato, outros alunos se aproximam, fazem uma roda e começamos a tocar e cantar juntos. É muito bom”, afirmou.

Débora e Pedro exemplificam bem essa diversidade de estilos musicais. Enquanto o forró do grupo Falamansa ganha o coração dela, é o rock dos Beatles e do Queen que faz os olhos dele brilharem. “Porém escuto de tudo, gosto de artistas que conseguem transmitir profundidade nas letras de suas canções. Pode ser rap, rock, contanto que eu consiga me conectar com aquela letra e com a mensagem que ela transmite”, acrescentou.

SOB HOLOFOTES

As apresentações durante os intervalos das aulas os ajudam na preparação para a o evento mais esperado pelos alunos de música, a Noite de Autógrafos, que acontece no final do ano letivo. “Esses momentos dão segurança, além de ajudá-los a interagir com os demais colegas, esquecendo um pouco do celular, promovendo um momento lúdico em que as canções que eles gostam são compartilhadas”, contou Daniel Lima, professor de canto.

O momento do intervalo musical, apesar de acontecer em um curto espaço de tempo, cerca de 30 minutos, exige preparação e envolve a exposição, diante dos colegas, do resultado da participação nas aulas de canto, bem como a perda da timidez.

Pedro está ansioso pelo evento. “A Noite de Autógrafos é o mais complexo show do qual eu já participei. A produção é incrível, é emocionante estar lá. Tanto no colégio como no teatro, a rotina de ensaios é puxada, mas muito satisfatória. Tenho saudades, porque acontece só uma vez por ano e eu sempre quero que esse momento chegue logo”, contou animado.

Texto da equipe Em Contexto Comunicação publicado na Revista Contato! Edição 2019.

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